domingo, 29 de janeiro de 2012

Vídeos + comentários dos experimentos com Tiago Ribeiro

A proposta aqui é realizar uma espécie de troca-troca. Como assim? É que Tiago Ribeiro filmou a tela de seu computador durante nossos encontros virtuais de colaboração. Aí, Olga pegou esses registros (de vídeos e fotos) que ele fez e editou, à sua forma. E, por fim, Gil, a partir dessas edições de Olga, escreverá aqui - sim, aqui mesmo - sobre cada vídeo/experimento realizado. Bão né?! Vamos ver no que dá!


Primeiro vídeo das experimentações com Tiago

Eu coloco um objeto! Esse objeto gera uma leitura que gera uma possibilidade de conexão! Olga coloca outro objeto e temos o preto como recorrência. A internet pára e o Skype trava. Caiu? Tá ai? Caiu! Please don´t go (como na música) Delay................
 Voltou! Ufaaaa, vamos prosseguir.
Esse caos entre objeto que gera uma conexão, depois outro que caotiza ainda mais as relações inter-objectuais se confunde com o próprio meio no qual nos conectamos. A internet apresenta uma relação direta com o experimento proposto por Tiago. Se dissermos que a conexão rolou, ou que travou, ou que precisamos melhorar a conexão, que precisamos lidar e aproveitar as descontinuidades, a fragmentação, as temporalidades poderíamos estar falando sobre as duas coisas: tanto o experimento proposto por Tiago quando os meios de realiza-lo através da nossa super-power-low-tecnologia...
E no experimento foi assim: Coloca objeto, percebe o tubo (qual a recorrência?), coloca mais objeto, complexifica o tubo, mais objetos, pára e analisa, limpa, discute e, enfim, começa a surgir o que Tiago nos apresenta como um consciente coletivo, com direito a poesia e tudo.
E esse consciente coletivo é construído no silêncio. Esse silêncio pode ser o branco, o nosso branco. O branco como ausência recheado de presença. 
Lamas e Tiago, tenho a impressão que isso pode ser um "Uhuuu!". Que tal relacionarmos o branco e o silêncio? Ambos podem parecer ausência mas são presença, distância mas são proximidade! é o ser e o não ser ao mesmo tempo, são as muitas cores numa imensidão de neve branca!

Segundo vídeo das experimentações com Tiago

Uma tira de papel higiênico e um empilhamento lado a lado de lápis de giz podem  ser a mesma coisa para um míope! Há branco suficiente? Eis a pergunta que não quer calar... e quais as possibilidades de se relacionar papel higiênico e um empilhamento de lápis de giz? O interessante é que essas relações não são forçadas, elas simplesmente despontam. Uma pequena montanha de açúcar e um amontoado de pó de giz, se vistos a distância, podem ser a mesma coisa?
O experimento é limiar, é sacar de simples objetos aquilo que não está na superfície... Mas é ai, o que fazer com isso?
Terceiro vídeo das experimentações com Tiago

Na primeira parte do vídeo ressalto algumas recorrências que acredito que podem ser complexificadas com a presença da transparência. Assim como o branco, ou melhor, como a pergunta "Há branco suficiente?" a transparência trás essa mesma questão: Até que ponto o transparente é transparente?

Tentativa de uma boa descrição para a primeira foto da segunda parte do vídeo:

- Olga coloca uma caixa com muitas cores
- Gil coloca um caderno com muitas cores na capa
- Olga coloca um caderno com muitas corres
- Gil abre o caderno que está deitado no chão e o coloca em pé
- Olga faz o mesmo com o seu caderno
- Gil coloca uma revista
- Olga coloca outra revista em frente ao caderno que está em pé
- Gil faz o mesmo
- Olga poe mais uma revista
- Gil faz o mesmo
- Olga sobrepõe mais revistas
- Gil faz o mesmo
- Olga mais revistas
- Gil deita todas as revistas no chão e arranca a ultima folha...
- Olga...
- Gil...
- Olga...

... a memória falhou!

Conexão do experimento com o caminho de papéis brancos no parque do retiro...


Tentativa de uma boa descrição para a segunda foto da segunda parte do vídeo:

- Gil coloca um chapéu
- Olga coloca a tampa de uma de boneca russa
- Gil coloca um gremlin sobre o chapéu
- Olga coloca a tampa da boneca russa sobre a base da boneca
- Gil coloca o chapéu e o gremlins en cima de uma planta
- Olga coloca o vasinho em cima de um gato verde de madeira
- Gil coloca um cachecol ao redor do vaso e move esse vaso puxando o cachecol
- Olga coloca um colar ao redor das pernas do gato e move o gato. A boca russa que estava em cima do gato cai
- Gil acende um isqueiro
- Olga acende uma vela
- Gil deita com a cabeça escondida atrás do vaso
- Olga coloca um boneco de pano junto ao gato, deitado como Gil
- Gil retira os objetos todos com as mãos
- Olga retira os objetos todos com as mãos do boneco



Vídeos e fotos de Tiago Ribeiro
Edição dos vídeos: Olga Lamas
Textos: Giltanei Amorim

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Esboço explicativo do cenário!





Esboço 1 - Esquema com imagem do projetor direito:
Projeção na parede plástica e no lado esquerdo do chão.


Esboço 2 - Esquema com imagem do projetor esquerdo:
Projeção na parede plástica e no lado direito do chão.

Esboço 3 - Esquema com imagem dos projetores esquerdo e direito:
Projeções na parede plástica (criando uma sobreposição) e nos lados esquerdo e direito do chão.






sexta-feira, 20 de janeiro de 2012


                        

Objetos processuais 

                                     

Seleção final de Gil (Há branco suficiente?)


Experimento com Tiago Ribeiro: Tiago e Olga em seus apartamentos em Salvador e Gil em Madrid.

Tiago nos propôs um exercício onde eu e Olga estaríamos nos alternando na adição de objetos que pudessem criar relações entre si. Para cada objeto apresentado por um o outro adicionaria outro objeto através de alguma coerência que fosse possível reconhecer (forma, cor, utilidade, etc.). Essa coerência gerou, segundo o próprio Tiago, um cubo, que entendo como uma linha de conexão interna entre os objetos selecionados. Após a disposição desses objetos passamos a reconhecer coerências mais complexas na disponibilidade dos mesmos no espaço e a partir de então fomos excluindo aqueles objetos que criavam ruídos ao longo do experimento, que cambiava uma primeira ou segunda ou terceira coerência geral.
Ao fim do experimento nos restou um pequeno monte de espuma de barbear (no meu chão em Madrid) e um pequeno maço de algodão (no chão de Olga em Salvador). Esses dois objetos resgataram uma frase que havíamos criado quando Olga estava aqui em Madrid e ensaiávamos  no parque do retiro sob a colaboração de Gilsa (Gilsamara Moura): "Há branco suficiente?"

Esse branco, nesse pequeno monte de espuma, é apenas branco? é de fato branco? o que é o branco? quais os tons de cores presentes nesse branco quase neve de espuma e algodão?

Agora eis o desafio: uma proposição de ação para esses dois não mais objetos...


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ontem fui convidado a assistir um espetáculo aqui em Madrid. A proposta do espetáculo foi recontar, com os atores que estavam na cena, as histórias de amor que o público foi narrando ao longo do espetáculo.  
Uma coisa que me veio nesse espaço-tempo além mar foi, justamente, o amor que não se pode tocar. Até que ponto o toque nos alimenta ou nos faz falta no exercício do amor. Até que ponto o amor se auto-sustenta na existência de si mesmo, na ausência, no espaço BRANCO como as folhas de papel que criam uma ponte e uma distancia entre pontos distintos ( o aqui e o lá ) que se encontram nessa mesma ponte e se acercam.
Até que ponto eu-corpo posso estar em dois lugares ao mesmo tempo e que tempo é esse?

No meu tempo, ou melhor dizendo: nos meus tempos me encontro em lugares distintos e "aos mesmos tempos". Aqui e lá e, as vezes, quase aqui e muito lá, ou muito aqui e nada lá, ou muito aqui e um pouco lá no lá de um lugar e quase nada lá no lá de outro lugar de lá,  uma combinação aleatória de aqui´s e lá´s que já não são dois, são vários. Devaneios que podem fazer algum sentido, muito sentido ou nenhum pra outros que não estejam aqui mas, sim, lá...

Agora com o Nó, me encontro muito lá e depois de alguns meses aqui me encontro muito aqui... Onde estou?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Encontro via skype com Gilsamara Moura (+1)


Quem e onde: Gilsamara em Salvador; Gil e Olga em Vitoria-Gasteiz (Pais Vasco)

Probleminhas internéticos ocorreram neste nosso encontro. Nossa conversa, que começou bem, acabou virando um vídeo com comentários sobre a primeira experimentação lá no Parque do Retiro, que foi enviado para o email de Gilsa. Este encontro (ou mesmo desencontro) gerou algumas questões que foram, posteriormente, respondidas de forma escrita e enviadas para ela.


Sobre 1ª experimentação no Parque do Retiro + Questões surgidas posteriormente


Enviado por e-mail.

Gilsamara Moura: Apareceram questões acerca da percepção e sensação nos experimentos e reflexões de vocês?
Olga Lamas: Nos foi um pouco complicado distinguir o que seria a percepção e a sensação. Nós, inclusive, falamos sobre o fato de a percepção gerar a sensação, mas dependendo do nível em que a percepção nos toca. Quando eu comecei a escrever no meu caderninho, logo após o experimento, escrevi que tinha a sensação de estar fazendo as ações para/no presente, sem demasiados questionamentos que não os próprios do fazer, no quando do fazer – na própria ação. Observando Gil e tentando responder aos seus estímulos, fui fazendo, escrevendo, movimentando, (re)agindo. Nós, após o experimento, conversamos sobre a ideia de não controlar o momento do ‘agora’, percebemos que fizemos um exercício de deixar que o experimento fluísse para ver onde iria resultar. Percebemos que exercitamos uma espécie de não-controle das ações, mas isso pode soar contraditório. Claro que tínhamos e temos algum controle do que fazemos, mas a tônica daquele experimento foi mais vinculada a um fluxo contínuo de ação, uma improvisação por assim dizer. Andei dando uma olhada no que significa os termos percepção e sensação e achei isso aqui:Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio”. Então aquilo que pensamos, sobre a percepção gerar sensação fazia de fato sentido (risos). E sobre sensação, li que significa a vivência simples, produzida pela ação de um estímulo externo ou interno.

GM: O que mais chamou atenção de vocês? Percurso trilhado, ser observado/filmado? Imagens durante a trajetória?
OL: Creio que o que um dos fatores que mais me chamou atenção (inclusive isso me veio a tona com mais intensidade agora, após rever os vídeos dos experimentos no Parque e os outros que te enviamos depois, falando da experiência) foi o ‘fluxo de respostas’ que criamos; Gil me propôs algo, eu respondi ao que ele tinha me proposto, ele em seguida me respondia ao que eu lhe havia respondido e assim sucessivamente - este fluxo. Não só a minha ação física, minha proposição física em resposta ao que Gil me propunha eu entendo como essa ‘resposta’, mas também a maneira como eu filmava e observava as proposições de Gil. Tanto que numa das primeiras filmagens que fiz dele se movimentando no Parque eu fazia uma espécie de livre narração do que eu observava, das imagens que ele me propunha ou, melhor dizendo, de como eu me sentia ao observá-lo. As repetições e coincidências, por assim dizer, que aconteceram também foram bastante significativas, a exemplo da pergunta “Há branco suficiente?” que eu escrevi num papel e depois amassei e pus no bolso e que depois ele também escreveu, amassou e pôs no bolso. A imagem dos papéis em branco dispostos em linhas e que depois se tornaram papéis com palavras escritas e sujeiras e amssos por conta de nossas movimentações em cima deles, é uma imagem muito presente na minha memória desse experimento. Tanto que todos os papéis em branco e referências ao ‘branco’ que venho vendo e ouvindo me remetem a “Nó”.

GM: Quais imagens vocês poderiam descrever/dançar?
OL: Essa imagem doHá branco suficiente?”, que remete ao branco como espaço que não é vazio, mas preenchido pelo próprio branco ou como sendo, sim, um espaço vazio a ser preenchido e que precisa da delimitação de uma outra ‘cor’ para saber-se branco. A imagem de uma ponte branca feita de papéis. A imagem de uma movimentação através dos pontos de apoio (mãos, joelhos, cotovelos, pés) sobre essa ponte, acima dessa linha de papéis brancos. A imagem do presente sendo o tempo como um vento, um respiro; presente que se esvai, gasoso. Acaso e abstração entrelaçados nesse tempo que vai, que foi e não volta. Repetição que é esquecimento, que é memória, que vira outra coisa a cada vez. Repetição. Repetição. Repetição...

GM: Desenhem tudo o que observam em relação aos encontros e experimentem com elaborações de dança. Preparem uma pequena partitura.
OL: Esta é a partitura que criei (literalmente desenhada!). Foi feita num papel com linhas roxas e não completamente branco, infelizmente (risos). A legenda, ela sim, segue num papel em branco, no arquivo em anexo. Me propus ‘reviver’ o experimento feito lá no Parque no momento em que desenhei esta partitura. Como? Desenhei-a sem ter pré-concebido uma legenda, um significado para cada símbolo. Desenhei a partitura em fluxo (assim como experimentamos as ações corporais no Parque) e somente após tê-la desenhado é que atribuí movimentos/ações/significados específicos para os símbolos.



Primeiro experimento no Parque do Retiro _ Madrid

Hoje, 21 de outubro de 2011, estou sentada num banco em frente a saída do metrô que fica dentro do Parque do Retiro, em Madri. Espero Gil chegar da faculdade para me encontrar aqui. São +/- 17h e o dia está muito agradável. Um friozinho leve – com ganas de ficar mais forte. Gil chegou. Foi ao banheiro. Aqui estou, ainda sentada, a escrever. Ontem (20/10) tivemos nosso primeiro encontro via Skype com nossa 1ª colaboradora: Gilsamara Moura. O mote que ela nos deu para iniciar o processo foi ENCONTRO. Pensarmos nesse nosso encontro – desde quando nos conhecemos até agora. Pensar em como nos vemos no outro. O que de nós reconhecemos estampado no outro. E hoje faremos, aqui no parque, um experimento com papéis. No chão, em nós, por aí. Escreveremos sobre nossa relação com os papéis, conosco, com tudo ao redor (quiçá além). Vejamos no que isso vai dar.


No papel-xerox da mão de Gil há escrito abaixo do vermelho do punho: “Que as raízes sejam um pretexto”. Eu li: “Que as escusas sejam um pretexto”. Hoje, quer dizer, essa semana é La semana del cerebro.



Um vazio no fim da linha.

Copiar o que foi escrito ou já não é preciso?


O meu encontro é de seguir? Ao seguir eu transformo. Seguir não é repetir ou se esquecer de si. É observar e adicionar.



(Os vídeos deste 1o experimento foram editados e se transformaram em 5 vídeos postados no Youtube, para Gilsamara).

Encontro via skype com Gilsamara Moura




Quem e onde: Gilsamara em Salvador; Olga e Gil em Madri


Gilsamara Moura: hello baby, hola olga, já estou aqui para nosso 1o. encontro...

Giltanei Amorim: êba! então, mãos a obra em 5min ok?

*** Call to Gilsamara Moura ***

Gilsamara Moura: Como foi, como se deu o 1o encontro de Gil e Olga?

Giltanei Amorim: viu Olga no Âncora do Marujo e Olga viu Gil na Tv (Carnaval)

Gilsamara Moura: Como cada um se vê no outro? Proposta de experimentação: folhas de papel num espaço - se mover nesse espaço; um caderno de anotações no corpo; a partir do encontro escrever no corpo do outro um estado corporal; diferenças e similitudes entre percepção e sensação. Eu sinto ou eu percebo? Encontros espontâneos - independente do tempo; possibilidades de encontros: físicos, perceptivos, etc.; relação da exposição do corpo para: separação e junção/união; relação física, em si. Corpos separados, que entram em contato, que voltam a separar-se. Atenção para a trajetória até o ponto de encontro.

Giltanei Amorim: Proposição: encontro marcado num ponto específico. Também com cadernos, fazendo anotações no papel e nos "olhos" das imagens/percepções/sensações até o ponto de encontro. Casa – Parque do Retiro. Observar o encontro de outras 2 pessoas.

Sobre os artistas propositores

Giltanei Amorim e Olga Lamas são artistas que vêm desenvolvendo trabalhos em dança, teatro, performance, audiovisual; em algumas situações tudo ao mesmo tempo. Conheceram-se em Salvador-Bahia-Brasil, em 2005 (ou seria 2006?) e descobriram que nasceram no mesmo dia: 14 de agosto. Outras similaridades foram e vêm sendo descobertas com o passar dos anos. O fato é: fazia tempo que os dois queriam trabalhar juntos. Resolveram, então, criar um modo de fazer esse desejo tornar-se real e, em 2010, inscreveram um projeto que não poderia ter melhor título: . Projeto que tem aqui, neste Blog, sua sede de compartilhamento e divulgação de todas as divagações criativas destes dois e de toda a equipe de colaboradores envolvidos no desatamento - ou seria 'apertamento'? - do Nó. Atualmente, Olga reside em Salvador e Gil em Madri, na Espanha. Olé! O processo criativo vem sendo desenvolvido à distância. Skype é vida! Gmail é vida! Ah, Olga faz parte do Núcleo VAGAPARA e Gil do Coletivo Quitanda - ou seja, este projeto é também uma realização destes coletivos :) 


Que saber mais da D. Olga? Pois lá vai:

Atriz, dançarina, arte-educadora e produtora, há doze anos atua nas artes cênicas. Começou sua carreira em Maceió/AL junto aos grupos HORAE, Cia. Sobressalto de Dança e Associação Saudáveis Subversivos. Em Brasília/DF foi aluna do curso de Artes Cênicas da UnB e iniciou pesquisas em dança contemporânea. Atualmente vive em Salvador/BA onde se graduou no curso de Teatro na Universidade Federal da Bahia. Além de integrar o Núcleo VAGAPARA (coletivo de artistas cênicos que vêm desenvolvendo ações colaborativas em dança, teatro, audiovisual e performance desde 2007), integra o Coletivo Cruéis Tentadores e atua como intérprete-colaboradora do grupo Dimenti (todos de Salvador/BA). Atualmente sua pesquisa artística solo tem como mote a vida e a obra de Virginia Woolf - esta pesquisa foi iniciada em 2009 com a criação do solo “Em gole”.

E sobre o novíssimo soteropomadrilenho-guapo, Gil (en español, claro!):

Director, danzarino, videoartista y productor, licenciado en Danza por la Universidad Federal de Bahia y estudiante del Programa de Iniciación Científica (PIBIC) bajo la orientación de la Profª Drª Lenira Peral Rengel. En 2006 fundó el Grupo Quitanda donde dirigió los espectáculos “Seu João Ninguém” (2007), “INBOX” (2008), la intervención urbana “A Vacuo” (2009), el espectáculo-instalación “Un Alemán Llamado Severino” (2009), la performance “Misa” (2010). Trabajó en distintos grupos de Danza en Salvador de Bahia cómo el Grupo de Danza Contemporánea da UFBA (GDC), LAPAC (Laboratorio de Pesquisas Avanzadas del Cuerpo de la UFBA), Grupo GO, Núcleo VAGAPARA y Cia Obscena. Participó, a lo largo de su trayectoria, de varios Festivales, Muestras y Seminarios de Danza, Nacionales e Internacionales. Como productor dirige Festival Itinerante De Solos e Colectivos – un convenio entre el Grupo Quitanda y el Núcleo VAGAPARA y actualmente desarrolla proyectos de intercambios entre artistas brasileños y españoles. 

Do que trata este projeto?



“Nó” é uma proposição oriunda do encontro entre Giltanei Amorim e Olga Lamas que desencadeará na composição de um espetáculo de Dança. O Projeto surge no intuito de encontrar modos de criação que possam subverter os caminhos habituais vivenciados ao longo de nossa trajetória enquanto artistas, onde pudemos perceber que, nos trabalhos que nos envolvemos até então, o tema era determinado antes mesmo do processo, onde o objetivo final sempre se sobrepôs ao próprio experimento. Deste modo, reconhecemos que o tema sempre foi um fator determinante, limitador das questões que emergiam durante o processo, gerando por vezes, incoerência entre este e o produto final. Neste sentido, “Nó” se apresenta como um projeto experimental, onde buscamos viabilizar que uma profusão de idéias possa explicitar as questões do espetáculo, onde possamos valorizar o acaso e a imprevisibilidade como fatores relevantes do fazer artístico, coerente com o mundo em que vivemos, onde nem todas as ocorrências são passíveis de controle.

Para proceder aos experimentos pretendemos subverter os percursos tradicionais e habituais da composição artística, rompendo com a ordem das perguntas “o quê?”, “por quê?”, “pra quê?” e “como?” em favor de um conjunto de mecanismos que possam determinar, processualmente, as questões que o espetáculo deverá apresentar. Para tanto, o “como?” assume o ponto inicial de nossa dança experimental, onde nos preocupamos em estabelecer um modo de fazer que mesmo partindo de um “ponto zero” - ou seja, sem um tema pré-definido, possa desencadear com a colaboração de artistas convidados, numa proposição em dança, o “Nó” de um conjunto de informações oriundas de um coletivo de pessoas, onde os meios justificam os fins. Desta maneira as perguntas “pra quê?”, “por quê?” e “o quê?” virão desordenadamente, de acordo com as necessidades do processo.

Para embasar tais procedimentos tomamos emprestada a idéia de entropia sugerida pela Física, que compreende a quantidade de energia que um sistema troca com seu meio e que aumenta seu nível de desorganização. É nesse sentido que intentamos trabalhar, trocando “energia” com os artistas convidados, que deverão estar propondo experimentos para desorganizar/desestabilizar os resultados parciais que estaremos alcançando. Então: Mãos a obra!




Este projeto foi contemplado pelo Edital Yanka Rudzka 2010 de apoio à montagem de espetáculos de dança no Estado da Bahia.